Diretrizes do SBME de 2009 Fatores nutricionais são reconhecidamente fundamentais na obtenção de resultados satisfatórios na prática de atividade física, causando uma direta influência no desempenho dos atletas e alunos de grande parte das academias do nosso país. O uso abusivo de suplementos alimentares e drogas ilícitas tem sido observado de uma forma crescente em academias e ambientes de prática esportiva, vinculados diretamente à finalidade estética e ergogênica. Uma considerável porcentagem desses produtos acaba sendo comercializado e prescrito de forma inadequada, fugindo ao controle das agências reguladoras como ANVISA e Vigilância Sanitária e sem a orientação adequada de nutricionistas ou médicos, profissionais qualificados para a conduta adequada para atuarem nesse contexto. Grande parte das prescrições de suplementos alimentares que deveriam ser cogitados em situações excepcionais acaba sendo usada de forma inadequada e por indivíduos sem nenhuma indicação de uso. A falta de conhecimento de que uma alimentação balanceada e de qualidade, a não ser em situações muito especiais e para esportes de alto rendimento, atende às necessidades nutricionais de um praticante de exercícios físicos, o que dispensaria o uso de suplementos alimentares. O que realmente constatamos é a existência de graves falhas nos esquemas de alimentação e reposição hidroeletrolíticas, colando em risco o desempenho e saúde dos praticantes de exercícios físicos. A indústria de alimentos e suplementos nutricionais tem desenvolvido alimentos modificados com a promessa de melhora da performance. O que percebo nessas “fórmulas mágicas” é apenas o uso de nutrientes cujas fontes são os alimentos consumidos na alimentação normal do nosso dia a dia. Pode-se afirmar com toda segurança, que antes de qualquer manipulação nutricional existe a necessidade de adotar um comportamento alimentar adequado ao esforço proposto e tipo de exercício em termos de quantidade e variedade de nutrientes. A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte elaborou um documento com orientações e diretrizes para a suplementação dietética baseada em evidências de estudos recentes e extensa revisão da literatura. Destacamos a seguir; * A hidratação tem um papel fundamental no exercício físico, devendo ser iniciada com a ingestão de até 500ml de água duas horas antes do exercício. Durante o exercício recomenda-se a ingestão a cada 15 minutos de água, podendo chegar até 2000ml/hora, variando conforme as taxas de sudorese. * Apenas em atividades de mais de 1 hora, ou de grande intensidade tipo intermitente mesmo em menos de 1 hora, existe a indicação de associação de carboidratos e sódio em quantidades balanceadas. * A ingestão recomendada de proteínas, em praticantes que visam à hipertrofia muscular teria suas necessidades atendidas com 1,6 à 1,7/kg/dia, necessidades contempladas adequadamente em uma alimentação balanceada e equilibrada. Para indivíduos com treinamento de alto performance cabe a ingesta acima de 2,0/kg/dia. * Os aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina), por serem potentes moduladores da captação de triptofano pelo sistema nervoso central, aumentariam a tolerância ao esforço físico prolongado . * O uso da creatina é indicado para atletas competitivos de eventos de grande intensidade e curta duração ou atividades nas quais predomina a utilização de fosfagênios, ou seja exercícios com um baixo volume e alta intensidade. * O HMB, usado com o objetivo anticatabólico e com o suposto potencial aumento de massa magra corporal e aumento de força não possui ainda estudos científicos que comprovem de maneira inequívoca a suposta ação ergogênica proposta, não havendo desta forma recomendação de uso pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício. * Anabólicos esteróides, androgênios, hormônios peptídicos e diuréticos não podem ser utilizados a menos que haja uma recomendação médica com a indicação clínica comprovada e evidente. * Tem sido detectada a presença de esteróides em suplementos alimentares e produtos vegetais, tais como vitaminas, creatinas e aminoácidos sem que esse fato fosse indicado em suas formulações e rótulos. O uso dessas orientações cabe mais como uma ferramenta para o esclarecimento, tentando impedir condutas inadequadas e desnecessárias para o bom desempenho em sua atividade física. (SBME, 2009) |
Bons treinos
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