domingo, 25 de dezembro de 2011

Disfunção tireóide


http://www.scielo.br/pdf/ramb/v52n4/a13v52n4.pdf

O hipertireoidismo ocorre quando a glândula tireóide, localizada na região anterior do pescoço, produz em quantidades excessivas os hormônios T3 ou T4.
Em sua forma suave ou inicial, o hipertireoidismo pode não causar sintomas ou apenas causar sintomas não específicos, como sensação de desconforto, fraqueza e cansaço. Entretanto, na sua forma grave, se não tratada, pode levar inclusive à morte da pessoa.
Geralmente, há aumento no tamanho da tireóide ou surgimento de um ou mais nódulos, e os sintomas apresentados são:
- aceleração dos batimentos cardíacos, mais de 100 por minuto em repouso (chamada taquicardia);
- irregularidade no ritmo cardíaco (arritmia) , principalmente em pacientes com mais de 60 anos;
- nervosismo, ansiedade e irritação;
- mãos trêmulas e com muito suor (sudorese excessiva);
- perda de apetite;
- intolerância a temperaturas quentes e probabilidade de aumento da sudorese;
- queda de cabelo e/ou fraqueza do couro cabeludo;
- rápido crescimento das unhas, com tendência à descamação das mesmas;
- fraqueza nos músculos, especialmente nos braços e coxas;
- intestino solto;
- perda de peso importante;
- alterações no período menstrual;
- aumento da probabilidade de aborto;
- olhar fixo;
- protusão dos olhos, com ou sem visão dupla (em pacientes com a doença de graves);
- acelerada perda de cálcio dos ossos, com aumento do risco de osteoporose e fraturas.
O hipotireoidismo é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição dos hormônios da tireóide.
É um quadro clínico que ocorre pela falta dos hormônios da tireóide em decorrência de diversas doenças da tireóide. 
No recém-nascido, as causas mais freqüentes envolvem: 
- a falta de formação da glândula tireóide (defeitos embrionários)
-  defeitos hereditários das enzimas que sintetizam os hormônios
doenças e medicamentos utilizados pela mãe que interferem no funcionamento da glândula da filho
Em adultos, a doença pode ser provocada por: 

doença auto-imune (tireoidite de Hashimoto)
após cirurgia de retirada da tireóide por bócio nodular ou neoplasia
por medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios da tireóide (amiodarona, lítio, iodo)
(mais raramente) por bócio endêmico decorrente de deficiência de iodo na alimentação
* Sintomas:

- intolerância ao frio
- sonolência, constipação
- inchumes nas extremidades e nas pálpebras
- diminuição de apetite
- pequeno ganho de peso
- fraqueza muscular
- raciocínio lento
- depressão
- cabelos secos, quebradiços e de crescimento lento
- unhas secas, quebradiças e de crescimento lento
- queda das pálpebras
- queda de cabelos

O tratamento de todas as formas de hipotireoidismo é realizado com Tiroxina (T4) em doses calculadas de 1,6 a 2,2 microgramas por Kg de peso corporal no adulto e de 3 a 15 microgramas por kg de peso corporal, dependendo da idade do paciente. O controle do tratamento é realizado pela dosagem de TSH, que deve se manter sempre normal. Nos pacientes dislipidêmicos devem ser monitorizados também os níveis de colesterol e triglicerídeos.
Os casos que ocorrem após a cirurgia de retirada da tireóide por bócio nodular ou neoplasia podem ser prevenidos através de cirurgia adequada no momento em que a mesma é indicada para o tratamento de bócio. Nas demais situações pode ser realizado um diagnóstico precoce, porém prevenção primária não é disponível.

Texto adaptado: Dr. Rafael Reinehr, que é Médico Endocrinologista da Clínica MedSpa – Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Especialista em Medicina Interna e Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre, Titulado em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e aperfeiçoado em Neuroendocrinologia no Saint Bartholomew’s Hospital – Queen Mary’s School of Medicine and Dentistry.